sexta-feira, 4 de abril de 2008

Recordações (I) - Os 5 primeiros da época 2003-04

Porto termina a época com mais 8 pontos que o benfica.

Quem quiser ver os resultados e classificações das últimas 10 épocas, visite o site da BWin (clicar aqui)

Para consultar a classificação final, clique sobre a época:

2006 - 2007

2005 - 2006


2004 - 2005


2003 - 2004

2002 - 2003

2001 - 2002

2000 - 2001

1999 - 2000

Todos os campeonatos (de 1934 a 2007)

E o Nacional - Benfica?

Ninguém fala do Nacional 3 - Benfica 2 da época 2003-2004!...

Por que será?

Fui buscar recortes de imprensa de 2006 e encontrei esta peça do Diário de Notícias de 5 de Setembro de 2006 (excertos):

A investigação do processo "Apito Dourado" detectou, pelo menos, três jogos, durante a época 2003/2004, em que houve manobras de bastidores para prejudicar o Benfica. O Ministério Público (MP) de Gondomar extraiu certidão de dois e arquivou outro. Numa das partidas, entre os "encarnados" e o Nacional da Madeira (em que o Benfica perdeu por 3-2), foi interceptada, no rescaldo do desafio, uma conversa telefónica entre o empresário António Araújo e o presidente do clube madeirense, Rui Alves, sobre a actuação do árbitro Augusto Duarte. "Manda quem pode, obedece quem tem juízo", disse o empresário.

No que diz respeito a este jogo, os indícios recolhidos pelo MP passam, essencialmente, por escutas telefónicas e foram remetidos à comarca do Funchal (o DN tentou apurar se o processo seguiu para a acusação ou foi arquivado, mas tal não foi possível).

Segundo refere o MP na certidão extraída, uns dias antes do jogo Nacional-Benfica (que ocorreu a 22 de Abril de 2004), o presidente do Nacional da Madeira informou o empresário António Araújo da nomeação de Augusto Duarte. Rui Alves terá pedido a Araújo para este abordar o árbitro. "Pronto, eu toco a andar mesmo", sublinhou o empresário, que depois contactou Augusto Duarte. Um dos encontros terá ocorrido no Café Ferreira, em Braga. Ao mesmo tempo, o empresário ligado ao futebol e com negócios com o FC Porto ia dando conta das diligências a Pinto da Costa e a outros dirigentes do FC Porto. Aliás, nota o procurador Carlos Teixeira, o FC Porto "tinha interesse no resultado deste jogo, já que, nesta altura do campeonato, o Benfica ocupava o 3.º lugar e ainda não estava arredado da luta pelo título".

Há nos autos uma conversa telefónica entre António Araújo e Luís Gonçalves, da Sociedade Anónima do FC Porto (SAD), em que o primeiro refere ter estado "a tratar com o presidente aquela situação do Nacional". O MP coligiu ainda uma escuta telefónica, que diz ter decorrido em código, entre António Araújo e o dirigente da SAD portista Fernando Gomes. Nesta conversa, fala--se em ir visitar o "fiscal" para marcar a "vistoria".

terça-feira, 1 de abril de 2008

Jesualdo, o nosso objectivo é 18 pontos!

Jesualdo,

Sei que não é fácil dar motivação a uma equipa que segue à frente da Primeira Liga com tão dilatada vantagem.

É por isso que lhe dou uma sugestão: peça aos nossos homens 18 pontos de vantagem! Querem tirar-nos 6? Não faz mal. Ainda ficamos com o dobro. Damos uma dúzia ao segundo.

Já se estava à espera

Em Setembro do ano passado, fui convidado pelo Presidente da Delegação do FCP em Lisboa (http://www.fcporto.ws/lisboa/) para dirigir umas palavras aos portistas que participam nos jantares das primeiras 5ª feiras de cada mês.

Falei sobre a minha experiência de portista em Lisboa, onde vivo desde os 11 anos. Vieram-me à memória e fui citando aqueles diálogos de miúdos de liceu nos anos 60 em Lisboa, em que me perguntavam se eu era do slb, do Sporting ou do Belenenses ou, no limite dos limites, do Atlético ou da Académica, nunca passando pela cabeça de ninguém que a resposta pudesse ser: "SOU DO FUTEBOL CLUBE DO PORTO!".

Recordei a instalada ideia que o Porto nunca ganha nada, os outros é que perdem; o Porto só ganhou a Taça dos Campeões Europeus em 1987 porque os clubes ingleses não estavam lá e a de 2004 porque as grandes equipas tinham ficado pelo caminho; as vitórias do Porto são fruto do acaso e de azar dos adversários, etc, etc.


Referi que achava estranhíssimo que os feitos de Jorge Nuno Pinto da Costa enquanto Presidente do Futebol Clube do Porto, absolutamente notáveis e ímpares no panorama mundial recente, continuassem a ser subestimados pela Imprensa e desvalorizados pelos adversários, que persistem em ignorar os mais de 40 títulos conquistados pelo Futebol Clube do Porto na era Pinto da Costa como se não contassem para nada, mas valorizam "títulos" como o de "maior clube do mundo" ou outras "proezas" do género a que só os próprios dão importância.

Terminei dizendo que a época desportiva que então se iniciava ía ser muito difícil para o Futebol Clube do Porto e para Jorge Nuno Pinto da Costa por causa dos desenvolvimentos do processo do apito dourado.

Era na altura evidente que tudo iria ser feito para que o processo prejudicasse a performance desportiva do Porto.

Iríamos, inevitavelmente, assistir à impar situação de um processo de que o Porto é acusado de ter tido com ele benefício acabar por prejudicar o Porto. Por outras palavras: quando as acusações dizem que o Porto foi beneficiado pelas arbitragens (Porto 2 - Estrela 0 na 19ª jornada da Liga 2003-04, numa altura em que o Porto tinha mais 5 pontos que o Sporting e 11 que o Benfica; e Beira-Mar 0 - Porto 0 na 31ª jornada da mesma liga, quando o Porto tinha 75 pontos, Sporting 70 e Benfica 64), o que se constata é que o Porto acaba por ser a primeira e principal vítima desse processo. É evidente, mesmo para aqueles que possam admitir que o Porto tenha saído beneficiado por erros de arbitragem.

Tudo iria ser feito para, através da pressão da comunicação social anti-portista (que é a esmagadora maioria), desvalorizar os sucessos do Futebol Clube do Porto e condicionar psicologicamente a performance desportiva.

O que na altura era mera previsão, transformou-se em realidade. Curiosamente (haverá coincidências ?), a "lenta" justiça portuguesa foi "apressada" em acusar de corrupção o Porto e Pinto da Costa numa altura que o slb desistiu do título e precisamente quando o Porto disputava com o Schalke 04 os oitavos de final da Liga dos Campeões e o slb agonizava face aos temerários do Nuremberga (vão descer de divisão) e do Getafe. Convenientemente (não há coincidências), a Liga Portuguesa de Futebol Profissional notifica a FCP - Futebol SAD e o Presidente do seu Conselho de Administração das notas de culpa relativas aos processos disciplinares dos jogos FCP - Estrela e Beira Mar - FCP precisamente no dia seguinte à vitória sobre o Belenenses e no início da semana em que o FCP, se ganhar ao Estrela, se sagra tricampeão, com, pelo menos, mais 16 pontos que o 2º.

Era a estas dificuldades que eu me referia.

Ainda bem que levamos 16 pontos de vantagem...


segunda-feira, 31 de março de 2008

As fitas do costume

No final do slb-Paços, o treinador da luz veio queixar-se da arbitragem. É o costume. Mas dá para perceber que já interiorizou todos os tiques da casa: o espírito queixinhas e o papel da vítima.

Convem-lhe falar das arbitragens, para tentar aguentar-se até ao final da Liga.

Fernando Santos - que, sem ironia, conseguiu fazer no slb o que quase conseguia fazer no Futebol Clube do Porto - foi despedido. Não falava de arbitragens.

Camacho foi-se embora antes do fim da época. Não falava de arbitragens.

Chalana vai-se aguentar até ao fim da época. Fala de arbitragens.

Tempos difíceis

Aceitei um cargo não executivo na Delegação do Futebol Clube do Porto em Lisboa. A eleição teve lugar no dia 29 de Março. No dia seguinte, a meio da manhã, o Sr. Álvaro Monteiro telefonou-me a apresentar felicitações, que agradeci. Quando perguntei se a eleição tinha sido muito participada - não participei, embora tivesse confiado procuração ao Dr. Renato Barroso - soube que a assembleia eleitoral tinha sido uma das mais participadas. Fiquei satisfeito.

Lembrei-me então de uma mensagem que dirigi ao Presidente da Delegação do Futebol Clube do Porto em Lisboa no dia 10 de Agosto de 2007, depois de ter ouvido uma brilhante entrevista de Jorge Nuno Pinto da Costa à SIC.

Aqui fica a mensagem:

"Caro Presidente,

Fiquei muito orgulhoso quando ouvi a alusão feita ontem à noite na SIC Notícias pelo Presidente do Futebol Clube do Porto ao dinamismo da nossa Delegação.
Além de justa e merecida, essa referência constitui um motivo de grande satisfação para todos os portistas da capital que continuam a reconhecer na sua Delegação o ponto de encontro e de expressão da sua inabalável paixão desportiva.
Mas constitui também motivo de orgulho para o Sr. Presidente da Delegação que, com a sua dedicação, entusiasmo, dinamismo, determinação e capacidade de entrega, tem contribuído decisivamente para a vitalidade da Delegação, criando em todos os sócios a vontade de voltar e de continuar a participar nas suas actividades.
Peço-lhe que registe e transmita ao Sr. Jorge Nuno Pinto da Costa as minhas vivas felicitações pelo brilho e clareza da intervenção de ontem na SIC Notícias. Sem papas na língua, pôs as coisas no sítio, chamou os bois pelo nome e demonstrou que nada teme. Coragem não lhe faltou e espero que nunca lhe falte. E essa coragem continua a ser bem necessária, porque a pressão da comunicação social que continua a querer desvalorizar o mérito e a visão estratégica do Sr. Pinto da Costa e o sucesso desportivo ímpar do Futebol Clube do Porto vai continuar a tentar denegrir a imagem do nosso Presidente e do nosso Clube aproveitando o decurso dos julgamentos sobre o "processo do apito".
Desejo-lhe, Caro Presidente, os maiores sucessos e coloco-me à sua disposição para o que entender necessário."

Já nessa altura se percebia que não estava tranquilo em relação aos tempos que se avizinhavam.

A quem não se lembre, recordo que nessa altura não era difícil prever que, antes do final da época 2007-2008, que estava então prestes a iniciar-se, o apito dourado atingiria o climax. E atingiu. O meu erro foi que não previ que o Futebol Clube do Porto seria tão eficaz e teria o tri garantido bem antes do fim da prova. Mas, no resto, acertei em tudo:

1. o apito dourado estourou na fase decisiva da Liga ("decisiva" mais para os segundos que para nós, diga-se...)
2. o slb irrompeu em aclamações

Não querem imaginar o que se estaria a passar se o FCP estivesse com mais 2 ou 3 pontos que o 2ª, pois não?

Portismo

Fui ontem assistir ao Belenenses - FCP. Valeu a pena. O Porto não jogou bem, mas jogou melhor. Em cada jogo, o resultado é o desse jogo e não o resultado de todos os outros jogos. Neste jogo, não jogou o melhor Porto, mas, neste jogo, este Porto foi a melhor equipa.
Foi justa a vitória.
Não sou daqueles que pede aos árbitros erros para compensar as injustiças dos resultados. Não coloco aspas em nenhum termo, embora devesse fazê-lo. Mas deixo essa preocupação a quem ler e a quem quiser dar-se ao trabalho.
Nenhuma falta é marcada, isto é, nenhuma falta deve ser marcada para pôr justiça no resultado. A falta é marcada porque existiu. Ponto final.
Falou-se muito do penalti já nos descontos. Acho que o penalti foi penalti. É óbvio, mas como se passa a vida a discutir se penalti é penalti e golo é golo, tal como se discute se dia é dia e noite é noite, também coloco a questão no mesmo plano.
Quando o árbitro aasinalou o penalti, ouviu-se logo chamar pelo apito dourado. Vai ser uma praga que nos vai perseguir durante muitos anos. Temos que nos habituar a isso.
Repito que foi penalti. E vou mesmo mais longe: nenhum árbitro do mundo, se estivesse naquelas precisas circunstâncias, poderia deixar de marcar esse penalti.
Mas já não a questão do penalti que incomoda. O que verdadeiramente incomoda é esta atitude sistemática dos 10 milhões de anti-portistas que há em Portugal, para quem o Porto nunca ganha nada, não tem mérito, o que conseguiu foi à custa de favores e de fraquezas dos adversários.
Assim tem sido no passado e aasim será no futuro.