segunda-feira, 6 de outubro de 2008

"a bola" - catálogo da PlayStation


O FCPorto ganhou em Alvalade.

Parece mentira, mas é verdade.

Parece mentira, porque toda a Imprensa estava simplesmente à espera que o FCPorto 2008-09 entregasse em Alvalade a alma ao criador, cumprindo assim mais uma etapa da sua ruinosa carreira desportiva de cada vez que enfrenta os leões de Paulo Bento.

Hoje, a Imprensa em geral, refere o que foi notícia, como compete à Imprensa. E, se não fosse o Público a lembrar na 1ª página que “FCPorto de Jesualdo obtem 1ª vitória em Alvalade”, todos os restantes jornais assinalam o óbvio: “Dragões eficazes ganham clássico”, segundo o Correio da Manhã; “FCPorto vence Sporting e fica na frente”, segundo o 24 Horas; “Leão paga a factura”, segundo o Record”; “Uma boa táctica e um grande Bruno”, segundo O Jogo. Outros, como o Jornal de Notícias, dizem que se tratou da “Vitória do Rigor”. E o Diário de Notícias diz que “Bruno Alves põe FCPorto na liderança”.

Ou seja, estava a ser feito jornalismo, relatando factos com rigor e isenção.

Mas em Portugal há também quem pratique jornalismo de facção.

“A Bola”, na sua fúria anti-portista, optou por falar do jogo que vai ser jogado e não do jogo que já foi jogado. Para “A Bola”, o que é importante é colocar logo no topo da 1ª página a cara de Quique e a sua declaração. “Quanto mais cedo estivermos na liderança melhor” – este é o título principal do jornal, que cita o seu autor. Poderia ser José Mota, Manuel Machado, Paulo Bento ou mesmo Jesualdo Ferreira. Aliás, poderia ser qualquer treinador ou qualquer jogador ou qualquer presidente de um qualquer clube de qualquer modalidade. Mas não é. A afirmação é do treinador do maior clube do Mundo, que quer passar para a frente precisamente porque, apesar de ser o maior clube do Mundo, não está à frente.

Isto é facciosismo. É querer ignorar a realidade e criar um mundo virtual em que só alguns têm lugar, mesmo que não tenham competência para fazer parte desse mundo de sonhos e fantasias.

“A Bola” não retrata a realidade, porque vive de ilusões.

O que conta é o resultado, não a notícia. Para “A Bola”, a notícia que se dá depois de um Sporting-Porto não é o resultado desse jogo, é a declaração de Quique.

Será que, depois de se ler “A Bola”, os resultados desportivos do FCPorto passam a ser todos negativos? Naturalmente, sim. Porque, quem lê “A Bola” (alguém sabe quantos são os leitores de “A Bola”?), procura a realidade virtual.

“A Bola” é o melhor catálogo da PlayStation, onde só uns ganham e há outros que só perdem. São sempre os mesmos, claro.

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